Somos livres mesmo?

Eu penso que o limiar da liberdade está no nosso próprio entendimento de liberdade. Quem entende que liberdade é fazer o que quiser, como quiser, acaba preso a esse conceito... Seria o mesmo que entender que liberdade é estar encarcerado, ainda que nas consequências que essa pseudoliberdade, chamada de libertinagem, pode trazer.
Complicado é tentar explicar o que é cadeia e o que não é cadeia. O que liberta e o que aprisiona, se neste mundo tantos nos confundem com tantas mentiras disfarçadas de verdades. Fazer isso é como um cristão querer convencer um budista de que Cristo é o verdadeiro Deus... Ambos tem um entendimento diferente de religião, algo que provavelmente foi-lhes ensinado desde pequenos, algo que esta tão enraizado em sua personalidade, que dificilmente pode ser mudado. O budista só se torna cristão, e vice versa, se com sua visão e seu entendimento, ele enxergar que deve mudar de caminho, que deve se levantar e fazer diferente.
Assim é com quem tem um entendimento diferente de liberdade: só quem pode mudar isso é ela mesma. Quando ela, por si mesma, ver que aquilo que se vive é ou não liberdade, é ou não um campo aberto, ou quatro paredes cinzas.
Agora, com essa breve reflexão, voltemos à pergunta: Somos livres mesmo? As vezes sim, as vezes não. Não há bem uma resposta coletiva para isso, porque liberdade é como felicidade: é um estado de vida pessoal.
Hoje posso me sentir livre, mas amanhã algo pode acontecer e fazer com que me sinta escravo. A grande questão é: como ser livre cada dia? Mesmo os apóstolos, livres para Cristo, foram presos muitas vezes por conta do evangelho. Mas, para eles, aquilo não era uma prisão. Não era as quatro paredes que iriam fazer com que parassem de anunciar.
Acho que já é possível chegar a uma conclusão, não é? Ser livre é fazer o que há de mais correto, não pela nossa ciência, mas pela con-ciência, sem que qualquer problema que apareça nos impeça de o fazer. Portanto, chego ao sumo da questão: não somos totalmente livres, porque mesmo nossos superiores nos impedem de fazer o bem. São Pedro Julião Eymard foi impedido diversas vezes de fundar os sacramentinos, pelo próprio clero da época. Mas isso não o fez desistir. Ele estava preso pelo receio religioso, mas era livre, porque continuou lutando. Nosso nível de liberdade depende do nosso nível de luta diária.
Até mais, Fé em Atitude pra vocês! n|/;

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